"E eu, que adorava enfrentar pessoas, começar discussões, e penetrar nos corações mais fechados que eu via, me encantei então. E decidi que ia conseguir. Decidi que abriria a porta que ninguém tinha aberto antes.
Foi díficil mesmo.
Era confusão atrás de confusão. Eu brigava por sinceridade, eu sempre vi algo mais ali.
Era impossível que não havia uma brecha.
E estava cansado de tudo isso, de me sentir eternamente só, de me sentir perdido todos os dias, de estar do lado de dezenas pessoas e me sentir totalmente sozinho.
E foi, quando eu ouvi palavras e confissões, ouvi sobre sentimento, e ela falava com um medo de estar perdendo todo controle da 'nossa situação' quando começou a se entregar a mim.
Sinceridade, pra mim, se relaciona muito com entrega.
Ouvia pouco, mas comecei a então sentir que tinha conseguido então fazer ela entender, que era em mim que ela sempre iria se segurar quando precisasse, que era pra mim as reclamações e vontades.
E eu que queria tanto ter pra quem falar, senti que ela que iria me ouvir, e me falar.
E então comecei então a me ver perdido em minhas próprias teorias conspiratórias, a me ver enganado pelas minhas verdades, a me confuso com o fato de que eu não conseguia mais expressar aquelas doces mentiras que a gente conta mundo afora, só saia da minha boca a verdade, às vezes grotesca, mas sempre sincera.
Então era tão íntimo que percemos o merecimento um do outro tão rápido assim, que o tempo voava e a gente nem sentiu.
E eu que vivia, em dias solitários, às vezes continuava omitindo, não conseguia explicar, como até hoje não consigo, o motivo e a solução pra tanto vazio.
Vivia com medo de cair, mas ao menos era menor sempre que lembrava, que ela poderia cair a qualquer momento, e teria que ser forte, teria que ser o porto seguro.
E eu sempre fiz isso com o maior prazer.
Segurei mais tombos do que fui segurado, mas isso é tão normal, e tão bom.
Pra mim era mais fácil cair e não ter em quem se apoiar pra levantar, passei a vida inteira assim.
Mas ela não, então me confortava ainda mais saber que alguém que tinha essa semelhança comigo, não sofreria o que eu sofri.
Acho que sempre soube salvar os outros ou bem tentar, mas comigo nunca funcionou o que ninguém tentava, nem eu mesmo sozinho.
Mas contava também o fato de que eu vivi. Cedo demais até. Tive experências, creio eu que, suficientes para me desiludirem de todo o bem do mundo.
Ela não, não conhecia tanta parte ruim, não que tenha vivido em berço de ouro, mas nunca foi tão observadora e agregadora de fatos quanto, e nem conheceu as ruas que eu conheci.
Nós dois estávamos tranquilos. Eu já, e fazia tempo, não ligava tanto para o mundo afora, já ela sim, mas sabia que estar comigo, era estar do outro lado de todas as outras pessoas.
Por hoje é só, mas foi mais um pedacinho que saiu agora, falar a verdade, esse texto eu nem acabei ele no papel, só o 'roteiro' digamos, mas sento aqui e disserto..
Mas deu sono, amanhã acordo as 9 e ando devendo sono.
PROMETO PARA MIM MESMO QUE LEIO ESSE BLOG SOZINHO QUE VOU TERMINAR ISSO ESSA SEMANA E POR MAIS TUDO AQUILO QUE FICA NO PAPEL OU NA CABEÇA.
Natureza me guie.