terça-feira, 11 de setembro de 2012

do muro e do céu de casa

Era tarde de domingo, e eu nem estava ocupado.
Aos domingos, naqueles que não trabalho, gosto de ficar sem fazer nada, acordo tarde e faço um café e vou para os fundos de casa, que devido ao muro baixo me permite ver um bom pedaço das casas do bairro de trás.
Não tem contexto, mas acho importante frisar que quando sinto um vento fresco no sol que me arde a cabeça, me sinto vivo.
A casa do vizinho, também dá pra ver os fundos dela desse muro, tem uma janela de banheiro que vez ou outra, olho pra ver se tem pego alguém no chuveiro.
Estava pensando se toda euforia tem razão de ser.
Por que será que todo mundo que eu conheço está com pressa? 
"A vida cobra e.." blá. Ok. Eu não preciso de frases de capa de caderno pra me dizer que talvez eu devesse estar em outro lugar.
Me vem na cabeça todas as pessoas que conheço, quase todas estão com pressa, ou pra casar, ou pra ganhar dinheiro. Uns tem pressa de se encontrar.
Faz tanto tempo que acho que me encontrei.
Paro por um momento pra brincar com meu cachorro, jogo um osso e ele vem rapidamente me trazer de novo. Eu confio nele e na inteligência dele mais do que em boa parte das pessoas.
Conheço algumas pessoas que tiram tanto foto de paisagem para instagram, facebook, flickr mas nunca pararam de fato pra olhar o céu.
Deve ser porque perdem tanto tempo buscando foco. Engraçado. Qual será o foco do céu!?
Acho que sou eu, e só eu. Nesse momento.
Tem no mínimo umas cinquenta meninas mentirosas, que eu conheço, que dizem que homem deve ser inteligente, que beleza não importa. Obviamente, elas namoram caras que poderiam estampar a Men's Health ou coisa do gênero. Acho que elas estão crescendo tarde.
Conheci uns caras na vida, que se preciso fosse, pisariam em seus irmãos para conquistar uma menina qualquer. E eles nem eram tão chegados em sexo assim. Era mais conquistar.
Há de discordar, mas pra vocês é tudo sobre ter.
Eu queria parecer mais novo.
Lá no fundo da minha visão tem uma porção de árvores grandes, tipo eucaliptos, não sei, estão ao fundo, é a última coisa que a vista vê, vai chegar uma hora, daqui a pouco que o sol vai parar de bater nelas desse lado que eu vejo, e vai bater pelo lado de trás.
Daqui a pouco o vento forte que bate vai dissolver todas as nuvens no céu, são poucas, então percebo que elas não estão sendo carregadas e sim dissolvidas, acho que viram brisa, microgotas imperceptíveis que cairão sobre nós.
Mas eu não tenho certeza.
Nunca conheci ninguém que gostasse tanto de olhar o céu como eu.






a soundtrack da parada é: O que sobrou do céu - O Rappa / Thieves - Incubus
se alguém ler, favor palpitar sobre o novo e pobre porém simpático layout.
sei lá, se pá posto...!