segunda-feira, 22 de julho de 2013

Resenha: Guia Politicamente Incorreto Do Brasil



Olá!
Acabei de ler esse livro, e gostaria de comentar e resenhar sobre ele.

Há tempos eu recebo recomendações sobre esse livro, e confesso que tardei a ler, infelizmente pois, agora pouco, quando acabei a leitura, conclui que é um dos melhores livros nacionais da atualidade.
O livro tem seus textos dissertativos, com um gênero literário de crônica, o que torna a leitura fácil e agradável.
Durante a leitura, me senti lendo uma revista, como por exemplo a Super Interessante, à qual o autor Leandro Narloch foi repórter também. Os capítulos parecem matérias de capa de revista: explicativos porém simples, citando referências e parafraseando obras, entrevistas, etc.. O que pra muitos pode ser um grande problema, inclusive motivo de infinitas críticas a obra e ao autor, são as referências que, teoricamente, confirmam os ataques feitos por Leandro.
Me indicaram o livro justamente pelo fato de que sou uma rara pessoa, em meu círculo social, que tem mania de não acreditar em nada do que vem mastigado. E essa obra é um prato cheio por, justamente, atacar partes da história tidas sempre como verdades intocáveis. E confesso que eu, um cara com um pé atrás, tive dificuldade em engolir algumas partes e mesmo após finalizar a leitura achando uma obra incrível, não tomei tudo como verdade e sim como uma outra possibilidade para cada história mal contada que temos em nossa história.
Mas falando agora sobre o conteúdo, muitos capítulos tem fatos inegáveis provando que os nossos livros didáticos nos enganaram, transformaram vilões e vítimas em heróis, e isso é interessantíssimo para quem quer, como eu, fazer uma comparação a situação atual do nosso país.
No começo do livro, Leandro já avisa que essa obra é um tapa na cara. Tem intenções de exaltar as partes ruins, de difamar o herói.
Joga na nossa cara que índios não sabiam cuidar bem da natureza, que provavelmente foram responsáveis pela extinção de diversas espécies. Negros conseguiam virar homens livres e então, viravam traficantes e proprietários de escravos. Zumbi Dos Palmares tinha escravos. Santos Dumont não inventou o avião e Aleijadinho tem um catálogo de obras em seu nome, mas provavelmente era somente um personagem literário. 
Os primeiros sambistas eram músicos que adoravam jazz e tinha formação, e foram aos poucos sumindo do mapa porque "a mídia" da época exaltava o novo samba que tinha a obrigatoriedade de fazer marketing de pobreza mesmo sem ter representantes das favelas(nossa, Emicida).
E próximo ao final joga na cara o fato de quem Dom Pedro II era um ótimo político, considerado louco em lugares do mundo por permitir a total liberdade de imprensa, gastava pouco e queria fazer Constituição.
E ainda, como um tapa forte e ardido na cara duma burguesia comunista, conta que Carlos Prestes era cruel, desorganizado e tem assassinatos no seu nome muito antes da ditadura militar. Obviamente foi criticado em blogs, sites e por parte da esquerda, porque tenta explicar que a ditadura militar brasileira foi uma das mais 'tranquilas' e progressistas do mundo e por comparar, em alguns momentos, comunistas a religiosos: acreditam num mundo perfeito e inflamam quando defendem sua filosofia (parafraseando Nietzsche), o que me fez rir demais, visto que não acredito nessas separações políticas em nossa terra e muito menos acredito que a teoria marxista nunca funcionará na prática devido a natureza humana.

Esse último capítulo especula ou cita fontes talvez não tão confiáveis, de qualquer forma, como acredito que na leitura dessa obra não devemos ficar divagando sobre política, afinal, é um livro de história.
E retomando o raciocínio sobre a obra no geral, é muito interessante ver e parar para refletir em algumas questões que, talvez involuntariamente, o livro te faz ter(ou, ao menos, me fez ter).
Ele lembra o fato, que raramente paramos para pensar, de que os índios, há apenas 500 anos atrás, não haviam nem passado pela idade da pedra ainda. Eles não conheciam a roda! Eles não conheciam o cão!
Isso nos faz pensar em como nosso país é novo. E analisando tudo, faz pensar que, às vezes, o comportamento terceiro mundista é circular.
E me faz pensar, principalmente, em como temos uma história tão recente e tão mal cuidada. 
Indico a obra para amigos que gostam de curiosidades, de indagar as coisas e de acrescentar informações sobre o lugar da onde você é.