terça-feira, 15 de outubro de 2013

E o caso do vídeo do cara da moto do poliça dos tiros da política do psdb do pt das manifestações dos direitos humanos dos direita/esquerda, ENFIM

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Mamãe, no céu tem Hornet? E morreu...

É... complicado.
Nem queria falar desse assunto até porque realmente é bater em morto, sabe? Todo mundo falando, mas eu vou falar aqui, e prometo tentar ser conciso!

Eu acho, de certa forma, meio assustadora a forma como todas as coisas que acontecem iniciam uma guerra política nesta juventude facebookeira, o que eu só posso dizer pelos jovens que eu conheço, incluindo eu.
É um vídeo forte, eu acho que é, e acho também que foi por ser forte que se tornou viral em tão pouco tempo, a cena do assalto com arma na cara, o policial que reage rapidamente ao que vê, o bandido que cai e ali parece frágil, o dono da moto que não sabe o que faz mas diz que o bandido tem que ir pro inferno.
Pois bem, eu não acho que realmente seja algo a ser aplaudido como muitos fizeram, é até assustador a gente ver a gente mesmo batendo palma pra violência, não importa de onde quer que ela venha, só assusta.
Mas o que me assustou mesmo foi essa reação exagerada de muita gente, de ambos lados da moeda. Uma diversidade de comentários surgem. Surgiram os primeiros, os que aplaudiram de pé e acharam louvável a atitude do policial, esses seriam os de direita, radicais. Então surgiram os que são de esquerda, com uma certa generalização sobre as pessoas que apoiaram o ato, o que soou bem radical também.
Então surgiram opiniões gerais, de pessoas que se declaram anarquistas e foram contra, e pessoas de centro que se dividiram, e pessoas que fizeram uma opinião tomando pressupostos como causa, e agora
 venho eu dizer que não sei ao certo de tudo.
O que eu sei após ver várias vezes o vídeo completo e deixo como opinião é:
Primeiro, podemos incluir assaltante de moto de luxo, como a Hornet, no grupo de pessoas que "roubam para viver"? Não. Por experiência própria, não de burguês estudante da sociedade, e sim de alguém que mora/morou em lugares humildes e conheci caras e caras. Tem caras que roubam mesmo 100 reais de mercadinho de vila, e de repente bancam algo que falta em casa mesmo. Mas um cara que chega de comparsa, com arma na cara, roubando moto, não é porque foi vítima de sociedade não, pera lá.
Não que ele não tenha sido vítima do capitalismo voraz que gera, aqui, uma desigualmente absurda, mas o Brasil teoricamente tem 6% de moradores de favela ou 11 milhões de pessoas. Imagina você se todo mundo que fosse morador de favela, decidisse ganhar a vida tomando de assalto tudo que vê?
Viveríamos (mais do que já vivemos) em uma guerra civil.
Mas não acontece isso, certo? As pessoas em extrema pobreza se sujeitam a fazer os serviços considerados "invisíveis" da sociedade. Serviço esse que, quem fica idealizando e gritando raiva política, seja esquerda ou direita, quase nunca se sujeita a fazer.
Então podemos ao menos melhor antes de tudo, acho eu.
Assaltante de moto pega moto pra fazer mais fitas ou pra vender peças.
Brinca nas contas: um cara rouba uma CGzinha, faz, pelo menos, 300 conto esse rolê. Se ele fazer esse corre uma vez por dia, só de segunda a sexta, já são 6 barões por mês. O que, meu amigo, é bem mais que eu já sonhei em fazer por mês na vida.
Fora que, não precisaria nem acordar as 5, 6, 7 da manhã igual fazem milhões de brasileiros sofredores, principalmente as pessoas mais pobres.
Segundo, o policial agiu certo? Isso também tem gerado discussão, acho que foi o que mais gerou discussão. Por ele ter atirado, então por isso, eu assisti o vídeo umas 1356 vezes.
Infelizmente, agiu. É. É foda ver isso.
Mas o que dá pra observar é, na mesma fração de segundo em que o oficial abre a porta, o bandido já vê. Não dá pra realmente ouvir se o policial teve tempo hábil de dar voz de prisão nessa ocasião. Mas dá pra ver que o bandido levou uma das mãos a cintura, tão é que o policial, após derrubar o rapaz com dois tiros, tem como primeira reação retirar a arma do alcance do rapaz.
Seja ele um policial bom ou não, corrupto ou não, truculento ou não, é instintivo do ser humano, a auto-defesa. O policial na dúvida, tendo o poder de garantir a própria vida/segurança, atira duas vezes e garante o desarme do bandido. Não sei dizer se o policial queria matar ou que ligaria pra vida do rapaz, mas fato é que, se esse policial tiver um pouco de conhecimento em atirar, fica um pouco visível que ele não atirou pra matar, afinal os dois tiros acertaram perna e abdômen. Pela distância de cerca de nem 4 metros inteiros, ele poderia ter atirado na cabeça e peito.
Certo ou errado, cruel ou não, disposto ou não, violento ou não, o que o policial fez foi o que a maioria de nós faríamos se estivéssemos nós correndo risco de vida, ok? Agora podemos questionar o fato de o policial, já fora de serviço, porém ainda fardado, ter saído de seu carro para tomar uma atitude?
Bom, mediante os eventos que aconteceriam no momento, pra ele não ter atirado, somente ele não ter saído do carro. Agora, ele ter saído do carro foi uma grande decisão.
Afinal, se ele não sai do carro, passa reto, o que acontece é que nada muda, a não ser um cidadão lesado e mais um crime pra estatística de crimes que a policia não evitou.

Então concluo, não sei qual é a desse policial.
Mas perceba, o policial não tava defendo o do playboy, do Estado. O policial estava fazendo cumprir a lei. Talvez além dos limites, talvez não.
Só lembrando que o rapaz, dono da moto Hornet, é um vigilante, que fazia bicos às vezes, assim como qualquer pessoas que quer e precisa complementar a renda.
Fato é que é necessário analisar os aplausos. Li algo por aí que dizia "absurdo aplaudirem essa mesma policia que faz isso e aquilo, que mata pela ordem do Alckmin, que bate em policial no Rio.. etc."
Paraê!
Será? Será que é esse cara é assim? Será que não? Acho extremamente ridículo quem reclama de generalização (tipo o dos protestos que acontecem), generalizarem na mesma medida.
É necessário pararmos pra pensar que os aplausos talvez, talvez não, tenham sido justamente pelo fato de o policial não ter sido omisso e ter nos afastado daquela imagem de que policial só faz merda, só defende o Estado, só protege o opressor.
Talvez os aplausos sejam por isso.

Certo ou errado, é foda julgar os outros, ainda mais virtualmente, e é o que mais acontece.
Não quero defender o policial, mas não posso ser hipócrita e dizer que foi crueldade.
O que acontece quando a bala come solta, a gente só sabe quando a bala come solta.
Falar, julgar, apontar, gritar... Pela internet, fica tudo muito fácil.